20.2.12

TALENTO FAIL

Existem diversos tipos de talentos. Muitos têm talento para calcular questões que chegam até cinco páginas, e quando terminam, o resultado final é zero. Outras centenas têm talento para cuidar das pessoas e após, fazê-las chorar quando param para analisar o preço que foi a consulta médica. Tantos outros são repletos de talentos para fazerem o que quiserem, com isso, podem optar o que seguir. Enfim, também tem uma parte que não tem nem talento para calcular, tampouco para cuidar de si, imaginem dos outros. Prazer… eu me incluo nessa parcela.

Não é bem assim. Confesso que realmente não sou bom com números, pessoas, ou outras atividades úteis, mas tenho um talento não muito apreciável, porem de suma importância: varro, limpo e passo pano como ninguém. Perguntem para o pessoal da empresa onde trabalho.

Eu também sirvo café. Mas é assim mesmo, um dia eu tô lá, servindo café, e no outro, to servindo água, biscoitinho…

Dai você diz “que merda de talento hein? Para entregar café!”. Tenho mais é o que agradecer por saber executar isso com maestria. Tanto esquizofrênico por ai que não tem de longe essa capacidade.

Tudo bem que meu talento não é aquele tipo capaz de mudar muita coisa no mundo, mas pelo menos, sei lá, pode servir de motivação para outras pessoas que acham que seus talentos são um fracasso.

O meu talento é aquele tipo que você sabe que tem, entretanto, ao contrário de outros que amam o que fazem com seu dom, nunca irá acordar cedo e dizer: “Eita que hoje eu to com uma vontade de deixar tudo brilhando no banheiro da empresa. Não vejo a hora de começar a esfregar aquele vaso que a galera usa”.

Se você for pesquisar, vai encontrar que diariamente várias faxineiras são demitidas por não saberem limpar bem o local de trabalho. Com o meu talento, nunca que eu seria demitido por isso. No máximo, porque deixei algo brilhando demais e isso acabou que cegando o patrão.

Na realidade, eu acho meu talento um pouco piedoso. Já tentei até me empolgar ouvindo aquela música: “Diga aonde você vai que eu vô varrendo, vô varrendo, vô varrendo…”, contudo não deu certo, sempre fiquei me questionando: “pô, o cara vai cantando e varrendo, varrendo, varrendo… de onde vem essa felicidade toda? Que tipo de pó esse mano esta varrendo?”.

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