22.9.11

SEM PAZ

Provavelmente você, mero usuário de ônibus já sofreu com criança dentro dele. Mas não me refiro ao troço que não berra, grita ou imita animais, até porque não existe muita criança muda por ai. Minhas palavras direcionam-se a peste que fala a viagem toda! E quando não é a criança, é sua mãe brigando: “CAAALA A BOOCA, MENINO! VAI ACORDAR OS OUTROS”. Sendo que a vadia grita! Ou seja, se tinha alguém dormindo ainda, foi nessa hora que acabara de acordar.

É incrível como uma única criança consegue ser capaz de irritar todos num ônibus. Os passageiros nunca rezam tanto para chegar aos seus destinos como nesse momento. Inclusive, o motorista também é alvo. Contudo, é um profissional preparado para qualquer desafio, mesmo para os de grande dificuldade como esse.

Não é à toa. Fiquei sabendo que um dos principais requisitos que as empresas exigem para alguém se tornar motorista de ônibus não é ter carteira necessária; tampouco, habilidade no volante fora do normal, e sim, passar nos testes psicológicos e no de controle emocional ao ter que assistir BBB durante 1 hora sem vomitar. Segundo fontes, todo ano milhares de pessoas fazem os testes. Nunca passam mais de dez. Os demais ficam pelo caminho por seus organismos não serem extremamente fortes e acabam vomitando. O que é completamente compreensível.

Sabe-se que, tudo isso é para preparar o motorista a aturar criança em ônibus sem que venha a cometer algo impensável. Vai que o sujeito sem essa preparação, no meio do desespero, irritado com o barulho da criança se jogue pela janela com o ônibus em movimento.

Pra mim, quem leva criança consigo em ônibus não tem direito de ir para o céu. Aliás, como alguém que cometera tal pecado dessa magnitude entraria no céu depois de ser responsável pela criança que não deixou nenhum passageiro dormir? Nem por míseros 10 minutos? É muita maldade!

Você pode dar doce, salgado, refrigerante, o que for, a criança não vai parar. Ela ta lá justamente para te perturbar. Essa é a missão da criança.

Às vezes, chegamos a pensar que a situação foi armada por algum inimigo para descontar algo que fizemos ao mesmo no passado. Perguntamos-nos o que poderíamos ter feito para acarretar a esse pesadelo. Até que refletimos: “Não é possível. Eu nunca fiz nada tão grave a ponto de merecer isso. Sendo que, o único motivo que seria justo para gerar algo dessa gravidade seria se eu tivesse matado toda a família de alguém, e eu nunca fiz isso. Então…”.

O pior é que não existe lei contra. Os sujeitos levam suas crianças e não são punidos, ou seja, pegando perpétua. “Ah, mas no Brasil não tem perpétua”, ora, depois dessa acha mesmo que indagariam ao mudar o Código Penal para ter?

Lamento informar, mas somos mais fracos. Não podemos fazer nada contra os pequeninos. A única alternativa, caso queiramos silêncio e paz numa viagem de ônibus, é se trancando no banheiro. Leve uma almofada e fique sentado na privada o resto da viagem. É o melhor a fazer, eu recomendo!