18.9.10

NA BOCA ERRADA

Homem que fala como mulher me irrita, mas não como mulher que fala como homem.

É feio. Estranho. Definitivamente não combina de forma alguma mulher se comunicando como homem. Chega a assustar você ouvir um “brow”, “velho”, “mano” saindo direto da boca de uma garota. “Então ‘pow’. Vou usar sua maquiagem, ‘firmeza’?” É evidente a distinção!

Nenhuma situação deve ser mais desestimulante que, depois de uma conversa agradável com uma mulher a qual você esta afim ela se despedir com um belo e formoso: “falou”. Por uns instantes o sujeito fica até confuso se aquilo era realmente o que achava que fosse ou uma Dreg Queem.

Uma garota se comunicando usando gíria é como um homem mijando sentado: não tem nada a ver. Se isso vier a avançar teremos um mundo cada vez desigual, ou seja, mais masculino. E é de grande importância que haja o equilíbrio. Que o feminismo exista.

A questão é tão grave que o mundo da paquera pode mudar. Quem sabe a partir do momento em que a mulher for conhecer um homem falando: “prazer, brother.” Digamos que a intenção dela não foi de nos chamar de irmão. De nos considerar como tal. Mas é o que provavelmente nosso senso masculino acusará. E com esse “fora” imaginário, lá se foi uma futura paquera.

No meu ver as mulheres não devem falar dessa forma. Toda essa modernidade acabou trazendo esses palavreados para elas, e isso não é bom. Apesar de que poderia ser pior. Se elas usassem gírias desde décadas passadas. No tempo da minha avó, por exemplo. Seria muito constrangedor eu ir passar mais umas férias na cidade da minha família e ouvir da minha avó um: “E ai, netinho ‘broto’. As férias estão ‘da hora’?”

No fim de tudo até que seria engraçado em algumas situações. Como numa conversa entre patricinhas.

- O “camarada” me trocou, “pow”!

- Sério, “mina”? Que covarde aquele “truta”.

- Se é. Preciso “deletar” aquele ”mano” do “meu sistema”.

- Faça isso. “Morô”?

Não. Não da para aceitar essa ideia. De forma alguma. Vocês estão “ligadas”. Não estão “minas”?