28.3.09

LIMITAÇÃO TOLA

Ai, os outros. O que vão pensar? O que vão dizer?

Somos muito preocupado com a aparência, circunstância ou situação. Com o ciclo vital da sociedade. Aos que estão ao nosso redor.

Deixamos de (não) fazer muito com medo do pensamento alheio. Isso acaba nos restringindo de tal forma que ficamos estáticos. Vivendo em prol de outras mentes. Não dando muita importância para o que queremos de fato.

A sociedade limita você, você e você. É preso nela e não sabe como admitir isso. É fruto desse meio que o envolve. Todos são de alguma maneira.

Implantaram em nós que, está no estilo dos demais é normal. Ser diferente é desigual.

Tento não me limitar ao máximo, independentemente de lugar ou pessoas.

Tenho amigos que não saem de casa para uma festa ou bar a noite de short e/ou sandália, mesmo que o clima esteja quente. É mais sofrer pela aparência que aliviar-se do descomodo.

Não estamos entre grades. Muito menos presos por correntes. Contudo, somos restritos, limitados e mesquinhos ao máximo por conta do meio.

- Vou assim nada, olha a minha roupa amarrotada.
- É verdade... vou aproveitar e passar maquiagem e arrumar o cabelo.
- Ei, mas tu não vais com essa roupa ai não, né? Vão pensar coisas ruins de você.

É lamentável como a preocupação com a mente do próximo chegou a te deixar tão, tão... besta. Eu confesso que já fui assim. Basicamente um retrato dos adolescentes da minha idade. Acho que a única diferença que tinha era somente os sobrenomes. Pois pensávamos iguais, queríamos praticamente as mesmas coisas. Por ter consciência da maneira tola que agia, acabei deixando de me importar mais com isso e sendo eu mesmo.

Se uma roupa que não ta na moda ficou boa em mim, eu não vou usá-la por ser da estação passada? Se um tênis, de modelo bem atrazado me agradou, não será bacana usá-lo? Se eu quiser comer um cachorro quente em frente ao MC Donald (porque é mais barato), não vou está nos requisitos da galera?

Ah, entendo. Não estou no devido padrão primordial da sociedade. Tenho que me encaixar como uma peça do jogo de quebra cabeças. Ser o que acham melhor que eu seja, porque ao contrário estarei sendo ridículo.

Pensem o que querem e o que acham, mas isso é simplismente o que acham. Nada mais.

Tenho uma camisa de marca. E pra provar que é, está a amostra o nome da empresa. Não sou garoto propaganda. Mas uso mesmo assim, porque é legal e os outros me acham "bacana" por conta disso.

Um tênis. Lançamento. Uso ele me achando o tal. Como se ele fosse modificar alguma coisa na minha personalidade. Como se alterasse o meu jeito P.N.C. de ser. E quando dizem: "caralho quanto foi". Digo: comprei por 750 R$. Com isso o meu ego estará elevado automaticamente, por saber que tenho algo invejável.

Se eu não estou no padrão, sou um mané. Se to no requisito, serei sinônimo de exemplo.

Se o Gianecchini usa uma camisa feia é "da hora". Se eu a uso, é da hora... de tirar a camisa.

Admiro pessoas que vivem livremente. Tendo apenas bom senso como crítico. Rindo dos outros. Dos clones que se esnobam de tanta mediocridade.

Deixo uma palavrinha em forma de palavrão para os que dizem que estou mentindo: foda-se.

21.3.09

POR POUCO

Quase fui assaltado. Foi uma pressão muito ruim, mais que a pressão que levei de um gordão quando estava na quinta série.

Quatro bandidos em um corsa verde metálico de placa: não sei.

Tudo aconteceu em uma rua sem movimento (até porque rua não se move). Anunciaram o assalto e mandaram entregarmos tudo, ou seja: nada.

O Bruno em sua insistência árdua quis resistir, pois não resiste a uma aventura (mas isso só é no vídeo game).

Com isso, os assaltantes vieram em nossa direção, e quando encostaram, um deles disse: “Hei vagabundo, da tudo o que tu tem ai”. Pensei: "Eu vagabundo? Já basta minha mãe me chamando assim, agora você? Poxa vida... "

Indevidamente o Bruno não parou e continuamos ao lado do carro. Os bandidos só ameaçavam puxar arma dentro da calça. Olhei e vi que não tinha arma nenhuma, só se for a mesma que todo homem tem.

Continuamos o trajeto parecendo uma corrida entre uma lesma e um cavalo, pois não combina uma traxx em velocidade, até porque ela não corre mais que uma velha com um andador. Seria a mesma coisa que mandar o Lula falar em inglês, ou ensinar o Chaves a ser menos tonto... Não faz sentido.

Por um momento eles quase pararam para descer do veículo. De imediato joguei o celular do Bruno nos sacos de lixo (se acaso eles descessem, não o pegaria, pois joguei disfarçadamente) que vi em frente a um condomínio de luxo, quer dizer, lixo, pois os zés bucetas dos seguranças não nos ajudaram.

Fiquei com o meu celular em mãos, não joguei no lixo porque quis dar uma de rebelde, e não obedecer aquele recado consciente que diz: jogue o lixo no lixo.

E também fiquei com medo de os assaltantes (falidos) caçoarem de mim:
- Cara, esse é o celular que tu irias dar pra gente? HAHAHA muito peba.
- Como é que tu tens coragem de me entregar isso, nenhum ladão é digno dessa vergonha.
- Isso é inaceitável, vai trabalhar vagabundo. Compre um melhor. E depois vou pensar no seu caso. Se te roubo ainda ou não.
- Perdi gasolina à toa, esse celular não paga nem 1 km rodado.

Depois de ter diminuído a velocidade o Bruno percorreu mais uns 60 metros a frente. Eles estavam do meu lado. Quase que faço uma pergunta, que talvez pudesse ser indevida, como: E ai, qual o MSN de vocês galera?

O Bruno deu uma de herói, arriscando-se a me salvar, acho que ele pensou: "Como algumas pessoas dizem que eu pareço com o lanterna-verde, vou dar uma de herói e fazer jus ao meu apelido". Na hora que eu falei:
- Bruno volta.
- Votar? Só em 2010 e na presidência da faculdade.
- Não é isso, voltar aqui pra me ajudar cassete.
- Há...

Voltou para me “socorrer”, e com a mão no saco indo na direção deles ameaçou puxar uma arma (como fez o bandido). Eles deram ré, observando que o Bruno não tinha nada, voltaram ao ataque. Isso só significaria uma coisa: Estávamos fudido.

Entretanto, os mesmos seguiram novamente e encostaram o Bruno com a sua companheira traxx-móvel, machucando-a, pois quebrou o pedal. E logo após, foram embora os (filhos de uma puta) bandidos falidos.

Mas eu confesso, fiquei com muito medo de eles roubarem somente uma coisa: minha cueca favorita.

Só sei que foi emocionante e ao mesmo tempo irresponsável a nossa atitude. Eu até sei que a minha vida não vale mais que um saco de farinha, mas minha mãe me mataria caso acontecesse algo.

O mais engraçado foi o objetivo da nossa saída naquela noite. O Bruno tinha um propósito, e eu também: ele iria por namorando no Orkut e eu tomar yogurte.

Deus é bom e guardou tanto eu, como o meu amigo, que agora é considerado um herói para mim.

O mérito é dele e a covardia é minha, até porque tenho uma frase que levo sempre em mente: é melhor um covarde vivo, do que um herói morto.

Obs: Ligamos para a polícia segundos depois do “quase assalto”, e como sei/sabemos que a saúde, infra-estrutura e a segurança da cidade de Imperatriz não funcionam, da pra imaginar o que aconteceu: até a hora em que o primo do Bruno chegou, eles ainda não haviam chegado.

19.3.09

COLAÇÃO: UM SACO

Na minha casa estava um tédio, e só havia duas coisas a fazer, que era: estudar ou estudar.

Estão o Bruno (mora comigo) me deu uma notícia: "Tem uma festa de colação pra gente ir". Como não tinha opções resolvi aderir essa.

Chegando lá vi que não era como eu suspeitava, pois estava mais chato que o Galvão Bueno em dia de jogo pela seleção (to brincando, não tava tão chato assim).

Essas festas formais é sempre bem afrescurado, principalmente quando têm muitos gays à vista.

Sinceramente foi uma das colações mais chatas que já fui (acho que é porque foi a primeira).

Na hora do hino nacional todos os presentes ficaram em pé e cantaram arduamente com a mão no peito e a poesia utópica no ar. Agora dúvido, se o Brasil estivesse em uma guerra quem deles iriam.

Muita gente se formou. Agora a pergunta é: Com essa crise, quantos deles vão conseguir emprego?

Eu como não tenho atitude para chegar às mulheres, me atrevi a chegar. Firme e forte. Corajoso e autentico. Perguntei:
- Posso te fazer uma pergunta?
- Claro...
- Que horas termina isso aqui? - Acho que ela esperava um: Qual o seu nome ou tem namorado?.

Não estavam dando refrigerante, nem vendendo, dai fui obrigado a fazer hora extra: roubei.

A colação estava tão boa, que tinha mais gente fora do que dentro do evento.

Final de noite terminou que nem quando acaba uma absolvição em Brasília: em pizza.

Fomos comer em um restaurante "chinês". Eles seguem firmemente os costumes e tradições, pois os garçons não eram orientais, e havia até feijoada.

Cheguei na única de olho puxado, a que atendia o caixa, para testá-la.
- 正如該帳戶?
- O quê você disse?
- Sabia que não sabia chinês.

Fiz uma gracinha com a atendente do andar de baixo, olhei-a, fiquei parado por alguns segundos, e ela perguntou:
- O que quer?
- Quero o resultado do jogo do Corinthians.

Ela riu por consideração (eu acho).


15.3.09

LADRÃO ARANHA


Um suspeito foi preso quando escalava a janela de um apartamento, no Centro do Rio. Segundo a polícia ele estava que nem a uma mulher quando passa muito tempo sem fazer sexo: subindo pelas paredes.

Com ele, estava cerca de 30 jóias e uma mensagem em seu celular muito suspeito, que perguntava: tudo "joia" Tião?

O suspeito tem 13 passagens pela polícia, pois ele mora perto de uma delegacia, dai muitas vezes é inevitável passar pelo local.

Já é conhecido pela polícia como 'Homem-aranha', isso só leva a uma conclusão: no Rio até herói vira vilão.

A PM se comprometeu a intensificar o patrulhamento. Segundo a polícia, várias ruas receberam o reforço, pois chamaram o Duende Verde e Dr. Octopus com os seguintes argumentos: No Rio de janeiro traficante de favela é herói, governantes são ladrões e com certeza os vilões dos quadrinhos vão ser do bem.

A polícia já havia prometido aumentar o número de equipes, de cinco para sete. Mas como sete não é o numero da sorte do capitão, proferiram o da sua pose favorita: quatro.

A reunião, que contou com a presença de autoridades, começou na noite de quinta-feira 12, e terminou na madrugada de sexta-feira 13, pois o Jason Voorhees e Freddy Kruegger tiveram que ir embora, porém deixaram marcado para o dia das Bruxas.

Dezenas de moradores fizeram a mesma pergunta: “O que fazer para controlar a onda de assaltos que vem assustando o bairro?” Deixo uma resposta: basta sair do litoral e ir para um lugar onde não tenha onda.

Algumas pessoas alegaram que:
- Os heróis de hoje não fazem boas ações, só roubam ações.
- O homem aranha sempre foi suspeito, pois a arma letal de uma aranha é no rabo.
- Esse homem aranha é uma farça, todo mundo sabe que o que prevalece aqui no RJ é a dengue, então ele deve ser o homem dengue.

No caso mais recente do bairro, uma dona de casa foi agredida. O golpe foi dado por um menor de 14 anos que tinha mais de 1, 90m, ficou claro que o mesmo não era um "menor".

Uma das principais ruas, a Almirante Alexandrino, ficou às escuras. Desta vez o blecaute durou menos de 10 minutos. Que dizer que: quem estava lá teve tempo suficiente para dar mais de uma foda.